Por muito tempo, a humanidade esteve concentrada em localizar e monitorar os grandes vilões do câncer. No Brasil, entre as décadas de 80 e 90, os holofotes foram apontados para o cigarro. Com evidências científicas mostrando os riscos que ele podia trazer para a saúde, uma campanha focada no combate ao tabagismo foi promovida com a adição de imagens e advertências nas embalagens, além da criação de tratamentos específicos para largar o vício.
O resultado superou as expectativas: a redução, a um terço, do índice de fumantes na população, entre 1989 e 2015.
Porém, nas últimas décadas, deixamos de notar uma epidemia que silenciosamente se tornou parte da vida de grande parte da população: a obesidade.
Uma pesquisa recente do IBGE mostrou que a proporção de obesos na população com 20 anos ou mais de idade mais que dobrou no país entre 2003 e 2019, passando de 12,2% para 26,8%. Nesse período, a obesidade feminina subiu de 14,5% para 30,2%, enquanto a masculina passou de 9,6% para 22,8%.
Além disso, em 2019, uma em cada quatro pessoas de 18 anos ou mais de idade no Brasil estava obesa, o equivalente a 41 milhões de pessoas. Entre os jovens, o excesso de peso afeta 19,4% dos adolescentes de 15 a 17 anos de idade.
Mas existe outro dado que assusta mais ainda e está diretamente relacionado com o título desse texto: 13 em cada 100 casos de câncer no país são atribuídos ao sobrepeso e à obesidade, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Muitos estudos da área mostram que o excesso de gordura corporal potencializa o risco do desenvolvimento de pelo menos 13 tipos de câncer. O ponto é que a obesidade aumenta os níveis de certos hormônios, que resultam no crescimento de células cancerígenas.
E isso está diretamente ligado à alimentação do brasileiro. A troca de alimentos frescos por processados se tornou uma rotina para milhões, o que, ao lado do sedentarismo, acaba aumentando cada vez mais os índices de obesidade.
Logo, é importante que diversas medidas sejam adotadas para o combate da doença, a começar pela nossa própria rotina. Tenha uma alimentação equilibrada e variada, reduza os alimentos com açúcar e as gorduras saturadas e siga, sobretudo, uma dieta balanceada.
Lembre-se: o excesso de peso é prejudicial para a saúde e deve ser combatido!