Projeto Bussola.
O crescimento no número de atendimentos nos estabelecimentos de saúde aumenta a preocupação quanto à qualidade dos serviços prestados.Para atender às necessidades do mercado e de pacientes cada vez mais exigentes, investir em gestão da qualidade e em acreditação é fundamental para quem quer um futuro promissor.Com esta visão, o Projeto Bússola chega a sua terceira edição em 2016, agregando cada vez mais modalidades de serviços.
Ano passado, as clínicas de diagnóstico foram incluídas no escopo de atuação do Projeto Bússola. Este ano, é vez dos serviços de home care serem abraçados pela inciativa, que é promovida pela FEHOESP e pelos seus demais sindicatos (SINDHOSP, SindJundiaí, SindhosPru, SindMogi das Cruzes, SindRibeirão e SindSuzano) e organizada pelo IEPAS. Criado em 2013 para atender uma necessidade do mercado em relação à acreditação para clínicas de serviços de saúde, o Projeto Bússola tem parceria e chancela, desde o seu início, da Organização Nacional de Acreditação (ONA).
Até então não existia no mercado nenhum programa semelhante de acreditação para clínicas. “O sucesso das edições de 2014 e 2015 nos permite avaliar que estamos no caminho certo. Apostamos na ideia de levar a gestão da qualidade para todos os pequenos e médios estabelecimentos de saúde que representamos, e que são a maioria dos serviços em atividade em todo o Estado de São Paulo”, afirma o presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr. A inclusão dos serviços de home care num programa de acreditação específico nasceu de uma ideia amadurecida em reuniões internas da categoria.
“Durante as reuniões do Comitê de Clínicas da FEHOESP, os associados diagnosticaram a necessidade de estender o Projeto Bússola para os estabelecimentos de assistência domiciliar, uma vez que o mercado mostra-se cada vez mais exigente, e sempre foi um desejo nosso oferecer um projeto de qualificação para home care. É uma atividade muito exposta e precisa ter um esquema de gestão muito mais afinado, até mesmo do que de um hospital”, comenta o gestor do IEPAS, Marcelo Gratão. “Qualidade é um diferencial na prestação de serviços, ainda mais no setor da saúde”, lembra a superintendente da ONA, Maria Carolina Moreno, que declara que na assistência domiciliar, muitas vezes o cliente final não opina em prol de si próprio.
“Devido a seu estado de saúde, o paciente tende a buscar melhorias no atendimento a terceiros, por isso temos uma exigência de qualidade ainda maior para lidar não somente com ele que está ali passando por um momento delicado, mas também por parte da família, cuidadores e amigos que estão por perto.” Para a diretora do SINDHOSP e da FEHOESP e gestora da Dal Ben Home Care, Luiza Watanabe Dal Ben, o projeto é uma evolução necessária.
“A saúde sempre foi uma categoria desunida, que teme a concorrência e a disputa de preços. Falamos aqui de qualidade, de uma prestação de serviços adequada ao paciente. O que precisamos neste momento é de união para aproveitar um projeto como este, que propicia uma certificação de uma organização séria e idônea, a um preço justo”, defende.
Assim como nos dois primeiros anos, em 2016 serão promovidos seminários de sensibilização, de abril a maio, com o intuito de difundir os conceitos e os benefícios da gestão da qualidade para os interessados em participar do Projeto Bússola.
Serão formadas duas turmas: uma de clínicas de especialidade e de diagnóstico por imagem e outra de home care, que integram o quadro de sócio e/ou contribuinte dos sindicatos filiados à FEHOESP.
Para efetivamente participarem do projeto, as empresas devem se enquadrar nos critérios estabelecidos pela ONA e pela Federação. Poderão participar sócios-proprietários e gestores administrativos e/ou de Qualidade das clínicas associadas e/ou contribuintes do SINDHOSP e dos demais sindicatos da FEHOESP, que sejam pessoa jurídica, legalmente constituída há mais de um ano com CNPJ, CNES, alvará sanitário e licença de funcionamento.
Além disso, é preciso que tenham atuação em diagnóstico, clínica médica geral, alergologia, angiologia, cardiologia, vascular, cirúrgica, dermatologia, endocrinologia, gastroenterologia, ginecologia, infectologia, oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringogia, pediatria, pneumologia, urologia, vacinação, diagnósticos por imagem, reprodução assistida e home care.
A estrutura da clínica também não pode ser classificada, de acordo com o CNES, como consultório ou hospital dia. Os seminários são a primeira fase do projeto, e destinam-se a apresentar os objetivos e a importância da programa de qualificação que será oferecido. Na ocasião, os participantes podem tirar suas dúvidas quanto a elegibilidade, processo de certificação, funcionamento do projeto, entre outras.
Depois, as empresas interessadas submetem sua documentação, para saber se de fato são elegíveis. A partir de 15 de maio até 22 de julho, vem a segunda etapa do Projeto Bússola, a de diagnóstico, que consiste na instrução pela instituição acreditadora credenciada (IAC). A Fundação Vanzolini, assim como em 2015, é a IAC eleita para realizar o diagnóstico da empresa, que consiste em visitas, relatórios com os processos existentes e as mudanças que precisam ser realizadas para que se consiga o certificado de acreditação da ONA.
Após o diagnóstico, vem a fase de capacitação, agendada entre 5 agosto e 30 de novembro, quando profissionais da ONA irão ministrar sete módulos para discutir as premissas do Manual Brasileiro de Acreditação.
Findada esta etapa, as empresas participantes terão um ano (até dezembro de 2017) para implantar as mudanças necessárias e solicitar a visita de acreditação. Na edição anterior, os organizadores detectaram que havia a necessidade de acompanhar mais de perto o período pós-capacitação, em que as clínicas começam de fato a implantar as mudanças e a “andar com as próprias pernas”.
Por isso, foi criado um plantão de dúvidas presencial com a equipe técnica da ONA, que ficará disponível na etapa final do processo de acreditação. Para as empresas que encerraram o ciclo de capacitação em 2015, o plantão de dúvidas estará disponível em junho deste ano.
“Nosso objetivo é facilitar a implantação da acreditação, sempre pensando na gestão da qualidade e na segurança do paciente”, enfatiza Maria Carolina. CONSOLIDAÇÃO A primeira edição do Projeto Bússola ocorreu ao longo de 2014, com a participação de oito clínicas.
Até então não existia no mercado nenhum programa semelhante de acreditação para o segmento. Desses estabelecimentos de serviços de saúde, seis já foram acreditados: Bozelli Medicina e Saúde, Alergoclíncia Centro de Alergia e Dermatologia, Clínica Lund de Nefrologia de São José do Rio Pardo, Clínica Ortopédica Paulista, Vida Bem Vinda Serviços Médicos e Centro de Oncologia do ABC. As demais, Instituto de Imunologia e Oncologia e Clínica de Oftalmologia Dr. Roberto Pereira Lima Junior, estão em processo de acreditação. No ano passado foram 17 empresas que concluiram as três etapas inicias e agora estão se preparando para pedir a visita da ONA.
“O Projeto Bússola viabiliza para estas instituições a possibilidade de desenvolver a segurança do paciente, estabelecer estratégias, medir desempenho e identificar oportunidades de melhoria. O sucesso do projeto a cada ano mostra que estamos no caminho certo e isso se deve, principalmente, a dois fatores: o valor para participar de um processo de acreditação mais acessível e também pela exigência do mercado, que está remunerando melhor quem possui a acreditação”, afirma Marcelo Gratão.
A percepção de valor agregado é compartilhada com as empresas participantes. De acordo a gerente administrativa do Centro de Oncologia do ABC, Dayane Rabello, a acreditação fortaleceu a clínica no mercado. “Participar do projeto foi enriquecedor.
O longo trabalho até a acreditação propiciou não só a estruturação de processos operacionais fundamentais para nossa institui- ção, como também balizou o desenvolvimento de nossos colaboradores, que foram imprescindíveis durante todo o trajeto.
Esta conquista nos traz grande satisfação e vai de encontro com nossa missão, de oferecer assistência humanizada, segura e de qualidade aos nossos pacientes.” Para Regina Oliveira, gerente administrativa da Clínica Ortopédica Paulista, o processo também foi valioso. “Foi uma ótima oportunidade, onde aprendemos e esclarecermos nossas dúvidas quanto as etapas da busca da excelência na gestão e no processo de acreditação”
Veja mais sobre o certificado de acreditação ONA.
Fonte: Jornal do SINDHOSP