O projeto Conte sua História traz mais um depoimento emocionante e muito inspirador da luta contra o câncer de mama da nossa paciente Maria Cláudia. Este depoimento tem início em um autoexame das mamas e finaliza em uma mulher que, além de vencer o câncer de mama, teve a iniciativa de ajudar outras pessoas na luta e na conscientização do sexo feminino com relação ao câncer de mama e a realização do autoexame.
O Projeto Conte sua história tem inciativa do Centro de Oncologia do ABC e é apoiado pelo Grupo Viva Melhor, para saber mais sobre o Grupo Viva Melhor clique aqui:
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Veja abaixo a história de luta e vitória desta grande mulher:
Apresentação da Maria Cláudia:
“Bem, sou a Maria Claudia, tenho atualmente 34 anos e descobri um câncer, aos 30 anos, exatamente dia 04 de julho de 2011. Sinceramente, não esperava um dia passar por essa situação, e no dia da notícia, me senti caindo diretamente dentro de um buraco sem fim. Lembro como se fosse hoje, chegando em casa, tinha todos os meus familiares, dando força à mim, ao meu marido e aos meus pais e irmão. Bem, dizer que foi fácil, isso não foi, mas essa doença traz também benefícios para nossas vidas, pois nos tornamos pessoas mais fortes, determinadas e tudo isso renova nossa fé. Fiz oito quimioterapias depois da cirurgia e mais 30 radioterapias. Antes de iniciar o tratamento, por indicação do Dr. Daniel, realizei o congelamento de sete embriões, pois, infelizmente, ainda não tinha filhos. Fiquei careca, inchada, mas isso não me entristeceu, afinal sabia que depois de tudo isso, iria voltar a ser aquela pessoa forte e determinada. Não parei de trabalhar durante o meu tratamento, ação que me ajudou muito. Depois da radioterapia, convidei o Dr. Daniel e a Dra. Andreia para realizar palestras na empresa na qual trabalho, divulgando a importância da prevenção do câncer de mama para as mulheres. Foi algo muito bom para mim e para todas que puderam participar. Hoje continuo meu tratamento, tomando medição e se Deus permitir, em breve, espero poder estar grávida, que é uns dos meus sonhos. Com tudo isso, hoje sou grata pela família que tenho, pela minha saúde, e por Deus ter colocado na minha vida os anjos da clínica de Oncologia do ABC, em especial o Dr. Daniel, Dra. Andreia e as enfermeiras, Elaine e Valéria, pois sem ajuda de todos, tudo ficaria mais difícil.”
Como tudo iniciou:
“Em fevereiro de 2011, fiz um autoexame da mama e senti uma coisa diferente no meu peito, um caroço. Então marquei um mastologista, que passou um ultrassom para fazer e disse que era apenas um cisto. Depois fomos ao mastologista da minha mãe, ele abriu o exame e disse que era só um cisto. Aí, minha mãe pediu um exame de punção, que tira um líquido de dentro do cisto. Só que como era nódulo, não tinha líquido. No dia, ele colocava a agulha e não saía nada. E ele já disse, no dia da ultrassom, que era 30% de chance de ser câncer. Aí, já saí chorando de lá, né, desesperada.
Depois de 15 dias, saiu o resultado da punção, mas foi meio incógnita, não falava o que era. Então, tive de fazer uma segunda punção, que tirava um pedaço do nódulo e aí, depois de 15 dias, em julho, ele (mastologista) deu a notícia.”
O resultado:
“Fomos eu, minha mãe e meu marido ao médico. É difícil de falar. O médico olhou para mim e disse: Olha Cláudia, deu câncer. Eu lembro dele falando: -Fica tranquila, nós faremos tudo que é possível, você vai ficar curada, porque ainda está no início.
Ele também explicou o tratamento: Vai fazer quimioterapia, radioterapia, mas a primeira coisa que a gente vai fazer é a cirurgia. Eu não precisava tirar a mama, mas poderia perder a fertilidade na quimioterapia, então, teria de congelar os meus óvulos.
Tive medo de morrer, de não suportar, é um buraco que abre, parece que você vai cair e não vai mais sair de lá. Quando voltei para casa, em minutos, minha mãe ligou para os familiares e em meia hora, havia 50 pessoas na minha casa.”
A importância do apoio:
“No final de julho, eu fiz a cirurgia e tirei o nódulo. Antes disso, fiquei uma semana fazendo exame geral, depois fiquei uma semana em casa. Minha família e Deus foram os principais, o maior apoio e meu marido me deixava tranquila, otimista.
Sou casada há quatro anos, e ele é a pessoal mais próxima, tinha que entender que ia ter uma mulher que ia ficar careca, ele foi muito compreensivo. É um choque para a família, sem eles eu não estaria aqui hoje, falando com tanta confiança.”
Pesquisas para saber como seria dali em diante:
“Peguei todos os meus exames e fui procurar o que significava na internet. Fui pesquisar como seria a quimioterapia, a cirurgia, a radioterapia e entrei em blogs de mulheres que tinham câncer, me ajudava, porque eu já sabia o que eu ia passar e tudo que elas diziam, eu sentia. Era uma forma de já saber o que ia acontecer.”
O tratamento:
“Em setembro, fiz minha primeira quimioterapia. A medicação era colocada na veia e atingia as células ruins e boas, como atinge as boas, o cabelo cai, para de crescer e, em dezembro, foi a última quimioterapia. Depois, fiz 30 sessões de radioterapia, e ia todos os dias, de segunda a sexta. Chegava no hospital, ficava dois minutos em uma máquina que direcionava o laser, uma radiação para a mama, e se tiver alguma célula ainda cancerígena, a radioterapia mata, tudo para resguardar.
Atualmente de 21 em 21 dias, eu vou ao médico tomar uma medicação na veia. Ela é específica para o meu tipo de câncer, que não o deixa proliferar. Durante cinco anos, eu vou tomar o remédio todas as noites, também específico para o câncer de mama.”
O cabelo
“Primeiro, eu cortei curtinho, foi triste. O médico indicou cortar aos poucos, depois de 16 dias da primeira quimioterapia, fui tomar banho, passei a mão na cabeça e saíram tufos de cabelo, resolvi raspar, e chorei, mas quis me livrar logo. Foi melhor do que quando cortei curto, saí de lenço e me acostumei.
Em fevereiro de 2012, começou a crescer cabelo novamente, fiquei com medo de não nascer mais, pois caiu tudo: na perna, no braço e dos olhos. Meu marido raspou o cabelo junto comigo. No dia que eu raspei, ele me encontrou com a cabeça raspada também e quando começou a nascer em fevereiro, ele raspou de novo, disse que iam crescer juntos. Foi bem legal!”
A mente ocupada
“Eu consegui trabalhar e isso me ajudou muito. O médico só disse para eu evitar ficar em ambientes com muitas pessoas e me preocupar com a refeição – tinha de trazer marmita. Trabalhando eu desvinculava o câncer da minha cabeça, e isso ajudou muito. Eu levava atividade pra fazer em casa quando estava afastada, e fez com que passasse um pouco mais rápido.
Na faculdade, o pessoal deu muito apoio, eu ficava perto da janela, e quem ficava gripado, ficava longe. Os professores entenderam, fiz e apresentei o TCC. Esse apoio foi bem importante para eu manter a mente ocupada.”
Força e vontade de mudar
“Todos os dias, eu me apegava muito à oração, nossa senhora, e minha mãe. Minha mãe é uma “anja”, sempre comigo, e nunca me deixava sozinha. Depois, meu marido e meu pai, eles me passavam muita força! Sem oração e sem fé a gente não consegue. Se você não tem fé, você não aguenta, você desaba, tem que crer.
E eu falo pra você, tudo passa na vida da gente, o resultado de tudo isso foi força. A gente deixa de dar valor às coisas sem importância e depois só vem a alegria, alegria de você contar. Eu não via a hora de poder contar que tudo passou, dar informações para as meninas, esse era o meu objetivo. Isso me motivava também, poder ajudar outras pessoas, cada vez me deixava mais forte. No momento em que as pessoas estão caídas, é chegar e dizer: fica calma, vai dar tudo certo, porque dá.”
Palestra
“Essa foi uma promessa que eu fiz: passar informações à todos. O que eu passei não ia ficar comigo, não, então resolvi organizar uma palestra na empresa da qual trabalho sobre prevenção de câncer. Falei no RH, me liberaram e eu trouxe meu médico para a matriz. Tinha vontade de passar para outros a importância dos exames, a importância de examinar, de procurar médico uma vez ao ano. Foi bem emocionante. Eu contei toda a minha história, passava fotos, via eu, minha família, foi bem legal!”
Uma mensagem para as mulheres
“Bem, se hoje pudesse dar uma palavra de apoio às mulheres com esse tipo de doença, eu diria, simplesmente, que tenham fé e força, que tudo passa nas nossas vidas, e que no final, saímos mais fortes e seguras para viver ainda mais com quem amamos.”
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