Conheça 10 mitos e 10 verdades sobre o câncer

Muito se ouve falar por aí sobre o câncer, entretanto, muita coisa que lemos ou temos acesso nem sempre é verdade e precisamos estar sempre nos informando através de portais idôneos e falar abertamente sobre a doença.

A palavra “câncer” ainda tem um peso muito grande, estando relacionada a inúmeros preconceitos e assustando pessoas com pouco acesso à informação e à saúde.  Embora estejamos no século XXI, há ainda quem evite pronunciar a palavra câncer, como um prenúncio de mau agouro, ou seja, má sorte ou de algo ruim irá acontecer.

Muitos mitos ainda precisam ser descontruídos e o Centro de Oncologia de ABC, enquanto, não apenas clínica especializada no tratamento do paciente oncológico, como também no papel de difusor de informações acerca da doença, deseja cada dia mais ter um espaço aberto de comunicação.

Não podemos generalizar casos, muito menos deixar espaço para que a má interpretação crie ideias errôneas e verdades absolutas ou vice-versa. Confira a seguir 10 mitos e 10 verdades sobre o câncer, selecionados pela médica oncologista do CEON, Drª Patrícia Santi.

  • MITOS
  1. Pessoas de pele negra não tem câncer de pele

Apesar da maior concentração de melanina, a pele negra também pode ser acometida pela doença, embora a incidência seja muito maior em pessoas de pele mais clara. A fotoproteção é indicada para todos os tipos de pele

  1. Implante de silicone podem provocar câncer de mama

Esse mito foi levanto há muitos anos e derrubado por duas grandes pesquisas realizada no Canadá e outra nos Estados Unidos. O estudo do Canadá avaliou aproximadamente 11.680 pacientes que usaram prótese mamária. Ambas análises não revelaram relação entre o câncer de mama e o silicone.

  1. Os alimentos preparados no microondas podem provocar câncer

O microondas não irá tornar sua comida radioativa já que ele apenas aquece o seu alimento ao produzir uma radiação não ionizante, absorvida pelas moléculas do produto congelado. Ao vibrar, essas moléculas produzem calor, aquecendo seu alimento.

  1. Todo nódulo ou tumor irá se transformar em câncer

Nem todo nódulo ou tumor será um câncer, portanto, ao sentir qualquer protuberância no seu corpo, procure um médico para que os devidos exames sejam realizados e se descubra a causa e o que é aquilo de fato. Lembrando que um nódulo benigno dificilmente poderá se transformar em um nódulo maligno: independentemente do local do corpo onde ele apareça

  1. Leite prejudica o tratamento do câncer

Não há estudos que comprovem que tomar leite prejudica no tratamento quimioterápico.

  1. O câncer é contagioso

Isso não é verdade: o câncer é originado por uma falha genética, ou seja, um “defeito” no DNA da célula de algum tecido provoca a reprodução desordenada das mesmas, formando um tumor.

  1. Um tumor pode ser causado por um trauma

Muitos pacientes acreditam que um tumor pode ser causado em decorrência de um trauma ou pancada e esse mito também deve ser desbancado.

  1. Todo câncer é hereditário

A afirmação que TODO câncer é hereditário é falsa. Apenas em alguns casos a alteração genética pode ter sido herdada do seu pai ou da sua mãe (mesmo eles não tendo desenvolvido a doença), mas isso também não significa a certeza de que você terá câncer. A maior parte dos casos de câncer são esporádicos, ou seja, são adquiridos e não herdados.

  1. Fazer autoexame das mamas substitui a realização de mamografia

Nunca! Durante o autoexame a mulher pode sentir algum nódulo e então procurar um médico, entretanto, para mulheres acima dos 40 anos, recomenda-se o exame de mamografia em periodicidade determinada pelo seu médico. Caso a mama da paciente seja muito densa, uma ultrassonografia pode ser solicitada também.

  1. Mulheres que fizeram histerectomia (retiraram o útero) não precisam fazer exame de Papanicolaou

Depende: se a retirada do útero for parcial (o colo do útero não é retirado), é necessário que seja feito o exame Papanicolau de rotina. O exame preventivo é hoje o principal exame para detecção precoce do câncer do colo do útero.

Se a histerectomia foi feita devido ao diagnóstico de câncer de colo de útero ou se a mulher possuía alterações celulares no colo do útero, o Papanicolaou deve continuar sendo realizado.

Tudo sobre o Câncer Feminino (Trilha de Conteúdo)

  • VERDADES
  1. Homens também podem ter câncer de mama

Embora seja um evento raro, o câncer de mama pode acontecer em homens também (aproximadamente 1% dos casos), ou seja, a cada 100 diagnósticos positivos, 99 são para mulheres e apenas 1 para homens.

  1. Álcool e tabaco elevam as chances de desenvolver câncer

Isso é verdade! Principalmente câncer de cabeça e pescoço: segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) divulgados no ano passado, mais de 10 mil pessoas tenha morrido de câncer de laringe e cavidade bucal em 2015.

Uma pesquisa realizada na Universidade de Otago, da Nova Zelândia, aponta que o álcool foi responsável por cerca de 500 mil mortes em 2012, o que corresponde a cerca de 5,8% desses óbitos no mundo. Os tipos de câncer mais comumente associados ao álcool são: laringe, esôfago, fígado, cólon, garganta, boca, intestino e mama.

  1. Falta de vitamina D eleva os riscos de desenvolver câncer de mama

Embora não haja nenhuma comprovação científica sobre o papel da vitamina D, alguns estudos sugerem que a falta de vitamina D pode ser um fator para o desenvolvimento do câncer de mama, colorretal e próstata. Sua suplementação não é recomendada para a indicação de prevenção contra o câncer.

  1. Amamentação protege contra câncer de mama

Dados de alguns estudos epidemiológicos mostram que a amamentação diminui a incidência desta doença. Acredita-se que esteja relacionado à redução dos ciclos menstruais da mulher, pois enquanto ela amamenta, não menstrua.

Um exemplo disso são as índias brasileiras que possuem uma taxa muito baixa de incidência de câncer de mama, pois se ela vive em um contexto tribal, ou está grávida ou amamentando.

  1. Animais também podem ter câncer 

Sim! Os animais também poder desenvolver a doença. Os casos podem estar associados ao evento genético espontâneo, muitas vezes associado à idade, biológicos (vírus, parasitas e hormônios), físicos (raios UV e radiação) e químicos (pesticidas) e assim como nos seres humanos, pode estar ligado a eventos genéticos hereditários.

  1. Você pode engravidar mesmo depois de ser diagnosticada com câncer de mama

Sim! O seu caso deve ser avaliado por um médico, para determinar quando e como o tratamento será iniciado. O CEON já falou sobre câncer e gravidez no BLOG. Vale a pena ler a entrevista outra vez em caso de dúvida.

  1. O câncer tem cura

Tudo depende essencialmente do tipo de tumor e do estágio no qual ele se encontra. As possibilidades de cura estão diretamente relacionadas com o tempo em que o tumor é detectado no paciente oncológico: quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances do tratamento dar certo.

  1. Carne vermelha aumenta os riscos de desenvolver câncer

Uma pesquisa britânica mostrou que os altos índices de ferro presentes na carne vermelha podem aumentar o risco de câncer no intestino porque o ferro pode desencadear o processo da doença através de um gene defeituoso presente no órgão.

  1. Sobrepeso aumentam as chances de desenvolver câncer

Um estudo publicado no New England Journal of Medicine de 2016 afirma que o sobrepeso e a obesidade aumentam o risco para 13 tipos de câncer. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já havia afirmado anteriormente que o excesso de peso ou a obesidade aumentavam a probabilidade de câncer no rim, intestino, mama, útero e esôfago. Uma análise de mais de 1.000 estudos fez com que mais oito órgãos fossem acrescentados à lista: fígado, pâncreas, estômago, sangue, vesícula, tireoide e um tipo de tumor no cérebro.

  1. Atividade física regular protege contra o desenvolvimento de vários tipos de câncer

A revista cientifica JAMA Internal Medicine afirmou em 2016 através de um estudo que pode ocorrer uma redução de até 7% na probabilidade de desenvolver qualquer tipo de câncer, sendo o de esôfago o de maiores chances de redução (42%). A atividade física reduz a incidência principalmente de ca de mama e colorretal. É o que diz a maioria dos dados. E mesmo 7% é muita coisa…. Vc pode checar, por favor?

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