Durante a American Society of Clinical Oncology (ASCO) 2020, ocorrida entre os dias 29 e 31 de maio de 2020, um estudo inteiramente nacional, realizado por médicos brasileiros e pacientes brasileiros, sugeriu que o tratamento do câncer de próstata pode gerar bons resultados a partir de uma estratégia que se difere da realizada normalmente.
Atualmente, o tratamento do câncer de próstata avançado consiste na castração, que pode ocorrer através da retirada do testículo ou da utilização de medicamentos que causam a queda dos níveis de hormônios masculinos.
Através deste estudo, que foi realizado com a presença de mais de 100 participantes e que tinha como objetivo analisar se a utilização de agentes hormonais mais modernos ao invés de começar o tratamento pela castração, foi observado que houve a manutenção da qualidade de vida dos pacientes, que apresentaram apenas efeitos colaterais manejáveis, ou seja, que eram facilmente controlados.
Além disso, esta é uma notícia positiva porque a castração, por si só, pode gerar uma série de efeitos negativos no paciente como, por exemplo:
- Diminuição da libido;
- Impotência sexual;
- Perda da massa óssea;
- Perda da massa muscular;
- Fogachos;
- Fadiga;
- Alteração de memória.
Apesar dos resultados otimistas apresentados, a Dra. Suelen Martins, que compõe o corpo clínico do Centro de Oncologia – CEON+ e que faz parte da equipe que realizou este estudo, afirmou que é necessário realizar um estudo mais amplo, com mais participantes para confirmar se estes agentes hormonais realmente podem contribuir para a qualidade de vida dos pacientes acometidos pelo câncer de próstata.
O Dr. Fernando Maluf, diretor associado do Centro Oncológico da Beneficência Portuguesa, e uma das referências nacionais em Oncologia, concedeu uma entrevista para o Jornal Hoje para falar a respeito do câncer de próstata, os impactos causados pela castração e a importância desta pesquisa.
Você pode conferir a entrevista na íntegra clicando aqui.